Como tornar-se um ilustrador profissional?

15 de agosto de 2017

Por Alana Santos

Há pouco tempo, fazer uma marca ou um pôster publicitário era função destinada a o designer gráfico que obrigatoriamente precisava saber desenhar. Os recursos limitados e a relação intimista com a arte, deu ao designer o cunho de “artista”.

Infelizmente essa mentalidade acabou não mudando com a chegada dos primeiros computadores pessoais e suas ferramentas que permitiam reduzir o tempo de criação e a ampliar o foco em pesquisa.

Mas para falar um pouco mais sobre esse assunto polêmico, convidamos o Matheus, ilustrador da Thunder Rockets, para passar algumas dicas de como sair na frente da concorrência nesse mercado e o que ele precisou fazer para vencer os esteriótipos.

“Eu queria era trabalhar com ilustração, foi então que eu descobri o mundo da ilustração publicitária.” – Disse Matheus

De acordo com ele, essa é uma área pouco conhecida, pois muitas vezes ela acaba sendo o meio termo entre design e as artes plásticas. Além disso na maioria dos casos é preciso definir um estilo único, uma linha criativa que estabeleça sua assinatura. Convenhamos que isso é algo bem complicado quando colocado ao lado de variáveis como: agradar o mercado e originalidade.

O mercado brasileiro atual é muito flexível e cheio de possibilidades, desde estúdios de design à grandes empresas, dando ao ilustrador diversas opções com liberdade, que se souber como definir seu foco conseguirá alcançar o sucesso. De acordo com o Matheus, ele conseguiu definir seu foco muito cedo, possibilitando encontrar seu público alvo, nicho de mercado e começar a trabalhar em cima dele.

Desenhar bem é só o primeiro degrau em uma escadaria gigantesca para se tornar um ilustrador. É preciso aprender também a administrar tempo, recurso, aprender a divulgar o trabalho de forma eficiente, a falar com clientes e lidar com eles, além de evoluir o traço. Tudo isso, no começo pode parecer assustador, mas durante a caminhada as coisas se ajeitam se trabalhar com competência.

Não existe formula mágica, mas porém existem alguns passos que deram certo e que podem servir como um norte.

1 – Trace um objetivo

Sabemos que isso é difícil, mas quanto antes você definir o foco da sua carreira, melhor. Quer trabalhar em uma agência? Conheça o seu funcionamento, se o seu estilo irá combinar com os projetos dela e se existe algum plano de carreira para você.

Ou se o seu esquema é games, veja os trabalhos anteriores do estúdio e se seu nível de desenho não estiver dentro dos padrões exigidos por eles, estude mais, desenhe mais até chegar no nível do seu objetivo. Agora, se você prefere tocar algo seu, então arregace as mangas e comece a trabalhar agora mesmo. Não vai ser fácil, mas com trabalho duro e bons contatos você terá muita chance de atingir seu objetivo.

2 – Faça barulho

Portfólio é de extrema importância para o ilustrador. Podemos pensar nele como uma seção de degustação do seu trabalho para o cliente. O único problema é que muitas vezes o seu cliente em potencial se quer sabe que você existe, por isso, faça barulho. Divulgue seus jobs. Utilize as redes sociais ao seu favor, veja onde o seu público habita e se dedique ali.

Por exemplo, se o seu público for marcas de moda, estamparia e etc, geralmente essas marcas atuam com muita intensidade no Instagram, dedique-se a essa rede social então. Crie uma rotina de postagens, divulgue com layouts diferenciados e destaque-se dos demais. Isso não quer dizer que você irá abandonar o Facebook, Twitter ou Behance. Isso quer dizer apenas que ao gerir o seu tempo, essas outras ocuparam menos espaço na sua agenda.

3 – Faça amigos

Existem milhares de comunidades de criativos na internet. Faça parte delas, conheça gente nova e quem sabe, faça alguns projetos colaborativos. Isso é bom para o seu portfólio e ainda pode te render indicações de job. Marketing pessoal é uma ferramenta fortíssima nesse mercado. Aprenda a se “auto vender”.

4 – Seja o dono do seu traço

No mercado de Ilustração existem diversos estilos diferentes de arte. Alguns flat e super digitais, outros mais orgânicos e abstratos, quando definir o seu, defenda-o. Faça com que as pessoas te procurem pelo seu estilo. Divulgue apenas os projetos que você gostaria de fazer de novo. Isso pode ser o seu diferencial.

5 – Não pare no tempo

Não existe clichê maior do que o: “nunca pare de estudar”? Mas é a pura verdade! Atualize seu traço, experimente novas cores, formas, posições e personagens. Quanto mais flexível for o seu estilo, mais duradouro ele será, principalmente se estiver em constante melhoria.

“Estar longe do fim não é motivo para desistir.”

Gostou? Deixe nos comentários como você está fazendo para alavancar sua carreira e as dificuldades que já enfrentou.