Como as campanhas publicitárias sobreviverão ao mundo sem cookies?

6 de julho de 2021

Por Alana Santos

O fim do monitoramento via cookies de terceiros se concretizará em 2023, conforme anunciado pelo Google, e este é o deadline para todo o ecossistema publicitário se adequar ao novo paradigma que essa mudança representa.

De modo geral, isso significa que os métodos utilizados hoje pela maioria das agências e anunciantes para definir boa parte de suas estratégias digitais ficarão obsoletas, assim como a maior parte dos algoritmos que suportam as campanhas atuais. Você já parou para pensar em como isso afeta o seu modelo de negócio?

Há previsões de que essa movimentação do Chrome poderá gerar uma quebra de até 60% na eficácia das campanhas, além de um prejuízo de até 70% na receita dos publishers se as agências e anunciantes não readequarem toda a sua estratégia de mídia. Em outras palavras, a publicidade precisará se reinventar.

Mesmo antes do Google acenar para o cookieless world, navegadores como Safari, Firefox e Edge já haviam anunciado medidas similares para controle dos dados terceiros, recalculando sua rota em direção às demandas por privacidade e transparência reivindicadas pela sociedade e pelas novas diretrizes regulatórias como GDPR na Europa, CCPA nos EUA e LGPD no Brasil.

No entanto, o Chrome responde por quase 70% dos acessos à internet, e o que vemos agora é uma corrida em busca de alternativas que viabilizem os níveis de personalização e experiência da publicidade neste novo cenário e, consequentemente, a sobrevivência do ecossistema. A resposta do Google para isso é o Privacy Sandbox,  que contempla praticamente todos os modelos atuais de segmentação de anúncios: os baseados em first-party data, como o contextual; os de interesse, por meio do método FLoC; e os de remarketing, por meio do FLEDGE (antigo Turtledove).

É importante lembrar também que, além do Privacy Sandbox, ainda haverá outros métodos de segmentação individual que funcionam para fins específicos, como aqueles baseados em dados primários dos publishers, ou em dados de consumidores que sejam públicos ou criptografados via CDPs (data clean rooms), por exemplo. Estas estratégias devem continuar ativas no ecossistema programático desde que também sejam configuradas de forma 100% privacy-friendly.

Por isso, por mais que a mudança do Google esteja anunciada apenas para 2022, com conclusão prevista em 2023, é importante iniciarmos desde já os planejamentos internos, que partem da identificação e entendimento das possibilidades que ficarão disponíveis. Somente assim as agências e anunciantes poderão escolher os melhores caminhos para cada negócio, e ter tempo hábil para efetivamente implementar as mudanças necessárias até lá. 

Por André Dylewski, Business Development Director Latam na RTB House.