A rede Casas Bahia, que durante décadas marcou o varejo brasileiro com seu tradicional carnê, enfrenta uma nova fase após a venda da empresa para a gestora Mapa Capital. A mudança de controle acionário marca o início de um processo de reestruturação financeira que pode redefinir práticas históricas da marca, incluindo seu modelo de crédito.
Esta conversão representa mais um passo importante, em linha com seu Plano de Transformação e reflete a confiança da Mapa Capital na companhia e em sua liderança para consolidar a recuperação e iniciar um novo ciclo de crescimento sustentável.
Mudança de controle e contexto financeiro
Fundada na década de 1950 por Samuel Klein, as Casas Bahia popularizaram o carnê como forma acessível de crédito para milhões de brasileiros. A empresa integrou o Grupo Pão de Açúcar em 2009 e passou por retomada da família Klein em 2019, que voltou a controlar a Via Varejo, gestora da marca.
Esse aumento de capital melhora significativamente a estrutura financeira da empresa, com impacto positivo na redução do seu nível de endividamento no montante de R$ 1,6 bilhão, além de gerar uma economia anual estimada de R$ 230 milhões.
“Acreditamos no potencial do Grupo Casas Bahia. A evolução dos resultados operacionais reforça que a Companhia está trilhando o caminho certo. A conversão representa um passo importante para o fortalecimento da estrutura de capital e para o alinhamento com uma visão de longo prazo”, afirma Fernando Beda, sócio da Mapa Capital.
Com a conversão, a Mapa Capital passa a ser a maior acionista individual do Grupo, com cerca de 85% de participação. “Nossa visão é de geração de valor sustentável, através das melhores práticas de governança e valorização da equipe de gestão que entrega resultados consistentes”, completa Fernando Beda.
A Mapa Capital reafirma ainda sua confiança nas iniciativas em andamento e nas oportunidades de valorização que podem ser destravadas por meio de uma estrutura de capital mais eficiente, com foco em rentabilidade e excelência na execução.
“O aumento de capital melhora significativamente nossa estrutura de capital, com impacto positivo na redução do nível de endividamento, que deve contribuir para uma redução relevante do custo financeiro, especialmente no atual cenário macroeconômico.”, destaca Renato Franklin, CEO do Grupo Casas Bahia.
O que muda para os consumidores e o famoso carnê?
Com a nova gestão, a Casas Bahia planeja uma reestruturação que inclui modernização das operações e investimentos na plataforma digital, buscando maior eficiência e melhor experiência para o cliente.
Embora o carnê seja um símbolo histórico da marca, a tendência é que seu uso seja repensado, incorporando tecnologias mais modernas de crédito e pagamento digital, alinhadas às práticas atuais do mercado. Essa evolução visa manter a acessibilidade ao crédito, mas com maior agilidade e segurança para o consumidor. Isso não significa necessariamente o fim dele, mas algumas mudanças poderão ocorrer.
Rumo à inovação sem perder a essência
Desde agosto de 2023, o Grupo Casas Bahia vem executando um robusto Plano de Transformação, com foco em rentabilidade, eficiência e disciplina na alocação de capital. Os avanços já são concretos: melhoria do fluxo de caixa livre, expansão de margens, redução de estoques, evolução do sortimento nas categorias core, aumento de produtividade e ganho de mercado.
“A conversão representa um voto de confiança relevante no trabalho que vem sendo feito pela gestão e no plano de transformação em curso. Estamos consolidando uma estrutura de capital mais eficiente, com governança fortalecida e total foco na criação de valor sustentável para todos os nossos stakeholders”, afirma Renato Carvalho, presidente do Conselho de Administração do Grupo Casas Bahia.
A nova administração tem o desafio de equilibrar a tradição que consagrou as Casas Bahia com as demandas de um mercado cada vez mais digital e competitivo. A continuidade do modelo de crédito acessível é vista como prioridade, mas com adaptações para garantir sustentabilidade financeira e relevância.
Com a conversão das debêntures, a Companhia acelera sua estruturação financeira, iniciada há dois anos, e reforça seu compromisso com uma gestão moderna, eficiente e voltada para o futuro.