A transmissão esportiva da Globo está prestes a passar por uma transformação profunda com a chegada da TV 3.0 no Brasil. Mais do que qualidade de imagem em 4K ou 8K e som imersivo, o grande diferencial estará na interatividade.
O telespectador poderá escolher como quer viver a experiência de um jogo ao vivo. E isso vale tanto para a Copa do Mundo de 2026 quanto para o futebol nacional.
Uma das possibilidades mais inovadoras em estudo é o modelo de narração personalizada. Em um futuro bem próximo, torcedores poderão escolher transmissões com foco no seu clube de coração. Imagine um clássico como Internacional e Grêmio sendo transmitido de duas formas diferentes: uma com linguagem, comentários e tom pensados para o torcedor colorado, e outra com uma pegada totalmente voltada ao público gremista. Essa é uma das apostas que a Globo deve testar já na próxima temporada, aproveitando os recursos que a nova tecnologia vai oferecer.
No caso da Copa, a emissora transmitirá 52 dos 104 jogos do torneio e pretende aplicar a mesma lógica. O telespectador poderá escolher entre diferentes estilos de narração. A tradicional, com nomes consagrados como Luis Roberto. Uma versão mais irreverente, inspirada no estilo de podcasts esportivos como o Charla. E até mesmo uma opção sem narração, apenas com o áudio ambiente do estádio, para quem prefere a imersão completa no clima da partida.
Além disso, o público poderá contar com outras ferramentas interativas inéditas na TV aberta, como acesso a replays sob demanda, melhores momentos e até mesmo múltiplas câmeras ao longo do jogo. Os testes já começaram através de uma estação piloto no Rio de Janeiro, onde especialistas da indústria têm explorado o potencial da chamada DTV+, o nome técnico da nova geração da televisão digital brasileira.
A Globo sabe que o público mudou. O torcedor de hoje quer ter o controle da experiência, seja no celular, na TV ou em qualquer plataforma. E essa adaptação da emissora para um formato mais flexível e personalizado é um reflexo direto dessa nova forma de consumir esporte.
Se tudo caminhar como planejado, a temporada de 2025 e a Copa de 2026 devem marcar o início de uma nova era na forma de torcer, com o controle literalmente na mão do telespectador.