O Burger King voltou a apostar na inteligência artificial como protagonista de campanha publicitária e, mais uma vez, gerou diversos comentários sobre a decisão. Se a imagem te parece familiar, não é à toa: esse animal circulou nas redes há alguns meses e viralizou como se fosse real, confundindo muita gente. Ele acabou se tornando um símbolo da era dos fakes gerados por inteligência artificial.
A nova ação apresenta um canguru hiper-realista tomando refrigerante dentro de uma unidade da rede. A imagem, criada com IA, provocou dúvidas nas redes: o animal é real ou digital? A marca responde com ironia: o canguru é falso, mas a oferta é verdadeira.
A campanha divulga a promoção King em Dobro, que oferece dois sanduíches por R$ 25,90. O comercial foi desenvolvido pela AlmapBBDO, com produção da Santería, áudio da Jamute, mídia OOH da Streetwise e social media da JotaCom.
Inteligência artificial como linguagem de campanha
A ação com o canguru dá continuidade à linha criativa iniciada com IAra, a influenciadora fictícia criada por IA que protagonizou a campanha anterior da marca. Dessa vez, o roteiro explora a dúvida visual e o limite entre realidade e ficção. No vídeo, uma repórter interage com o animal como se fosse real, até a marca revelar: “o canguru é feito por IA, mas a promoção é de verdade”.
A provocação é parte da estratégia. O BK utiliza o estranhamento gerado pelas imagens como gatilho para engajamento e viralização.
Repercussão: entre elogios e questionamentos
A campanha dividiu opiniões. Parte do público elogiou a criatividade e o uso ousado da tecnologia. Outros criticaram a escolha de retratar um animal em um ambiente artificial, além de questionarem os limites éticos da criação de imagens hiper-realistas com inteligência artificial.
Apesar das críticas, o Burger King segue apostando em campanhas que misturam humor, ironia e recursos tecnológicos para se manter no centro das conversas e não apenas dentro das lojas.
Para criar o animal com realismo, a produção utilizou ferramentas avançadas de geração de imagem por IA, incluindo o sistema Google VEO 3 Pro. O resultado é uma peça publicitária que simula com precisão um canguru interagindo com humanos em um ambiente real e que, intencionalmente, gera confusão visual.
A escolha da tecnologia não é apenas estética: ela está alinhada ao posicionamento da marca de ser uma das primeiras a explorar o uso da IA generativa como parte do discurso criativo.
Com o uso crescente de inteligência artificial em campanhas publicitárias, o Burger King reforça sua posição como uma marca disposta a testar os limites da comunicação. A campanha com o canguru mostra que, mais do que ferramenta de produção, a IA pode ser também linguagem, narrativa e provocação.