Em parceria com a Urihi Associação Yanomami, a DM9 lança a campanha “Death Gold” para denunciar os efeitos letais da mineração ilegal sobre o povo Yanomami. A iniciativa, que carrega a premissa “Um ouro que brilha à custa de vidas”, transforma o próprio metal extraído do garimpo em um grito de socorro.
Cinquenta certidões de óbito reais de indígenas mortos por contaminação, violência ou negligência foram gravadas manualmente em barras de ouro ilegais apreendidas pela polícia, tornando cada peça um monumento à tragédia silenciosa que se desenrola na Amazônia brasileira.
A ação escancara o ciclo de destruição impulsionado pela demanda global por ouro, muitas vezes comercializado sem qualquer rastreabilidade. Atualmente, o Brasil é o décimo maior produtor de ouro do mundo, com 71% da produção considerada ilegal, extraída majoritariamente de terras Yanomami. As consequências são alarmantes: estima-se que 10% da população Yanomami já tenha sido dizimada, em um processo que muitos especialistas classificam como um genocídio silencioso — alimentado pela ignorância, omissão e indiferença de mercados consumidores ao redor do mundo.
Para confrontar diretamente essa responsabilidade compartilhada, as peças da campanha foram fotografadas e exibidas em países que lideram a importação de ouro ilegal brasileiro, como Canadá, Reino Unido, Suíça, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Alemanha e Índia.
Ao levar a denúncia até os principais centros de consumo, a campanha não apenas expõe a origem criminosa de parte do ouro comercializado globalmente, como também convida o público internacional a refletir sobre o impacto real de suas escolhas.
“Death Gold” é mais do que uma campanha: é um chamado urgente por justiça, transparência e respeito aos povos originários.
Em um momento em que a devastação ambiental e a violência contra indígenas se intensificam, iniciativas como essa tornam-se fundamentais para romper o silêncio e pressionar por mudanças nas políticas de extração, rastreamento e comercialização de recursos naturais.