No cenário digital atual, onde a maioria das interações sociais, profissionais e até políticas depende das plataformas online, poucos realmente entendem o que estão aceitando ao clicar em “Eu aceito”.
A artista Dima Yarovinsky traz esse tema à tona com a instalação “Eu concordo”, que revela o tamanho e a complexidade dos contratos digitais que os usuários das redes sociais firmam, geralmente sem ler ou questionar.
A obra consiste em longos rolos de papel A4 que descem do teto ao chão, impressos com os termos de uso completos de gigantes como Facebook, WhatsApp, Instagram e Google. Além do texto integral, cada rolo indica a contagem exata de palavras e o tempo médio necessário para a leitura total daquele contrato.
Visualmente impactante, o projeto mostra, de forma literal e física, o volume absurdo de informações que compõem esses termos, que, na prática, definem como nossas informações, dados pessoais e até comportamentos são controlados.


O ponto central da instalação é uma crítica ao chamado “consentimento” digital. Segundo Yarovinsky, esse consentimento é mais uma ilusão do que uma escolha real. A dependência das plataformas para comunicação, trabalho e acesso a serviços essenciais torna o ato de aceitar os termos uma imposição, e não uma decisão consciente. A artista questiona o discurso de liberdade que as redes sociais vendem, destacando como o controle privado sobre nossos dados e escolhas tem se tornado cada vez mais opaco e autoritário.
Por que “Eu concordo” é um alerta necessário
“Eu concordo” não é apenas uma exposição artística, mas um convite à conscientização. Ela desafia a passividade do usuário diante das plataformas digitais e questiona se é possível haver liberdade em um ambiente controlado por contratos extensos e pouco transparentes.

O trabalho de Dima Yarovinsky também aponta para a necessidade urgente de maior clareza, regulamentação e responsabilidade no uso dos dados pessoais.
Em um mundo cada vez mais digital, entender os termos que assinamos e cobrar transparência das empresas é mais do que um direito: é uma questão de cidadania e autonomia.